terça-feira, 8 de novembro de 2011

Ingressos populares para Copa serão 10% do total. Brasileiros terão 300 mil

Secretário-geral da Fifa defende o uso da cota em contato com a imprensa, em Brasília. Ministro do Esporte foi dúbio sobre apoio do governo à proposta

O secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, detalhou melhor como será o funcionamento dos ingressos da chamada "categoria 4", de preços mais populares, na Copa do Mundo 2014. Após almoço com integrantes do governo e líderes do Congresso, Valcke teve um contato com a imprensa e disse que as entradas que custarão em torno de US$ 25 (R$ 43) serão 10% do total previsto para o evento. Como a entidade estima que sejam disponbilizados 3 milhões de bilhetes, sendo 1 milhão para torcedores comuns, isso corresponderá a 100 mil entradas. O equivalente a 30% dos disponíveis estará à venda no Brasil, já que parte será reservada para torcidas de outras seleções, autoridades e oficiais, entre outros.
Diferentemente do que chegou a ser apresentado e previsto, a cota não atenderá apenas a quem teria direito a meia-entrada. Apesar de estar sendo vista como alternativa à aplicação do direito de estudantes e idosos, a "categoria 4" poderá ser adquirida por todos os brasileiros. As entradas para a competição começarão a ser vendidas em agosto de 2013.
Valcke aproveitou para defender o presidente da CBF e do Comitê Organizador Local da Copa do Mundo, Ricardo Teixeira, que foi criticado por parlamentares durante a audiência. Alguns deputados lembraram o fato de Teixeira estar sendo investigado pela Polícia Federal pela possibilidade de recebimento de propinas, além de outros crimes.
Sessão da Câmara com Ricardo Teixeira e Jérôme Valcke (Foto: Marcelo Parreira/Globoesporte.com)Sessão matinal da Câmara com Ricardo Teixeira e Jérôme Valcke (Foto: Marcelo Parreira/Globoesporte.com)
- Na democracia, estar sob investigação não quer dizer que você é culpado. Por que para a Fifa seria diferente? Por ora, ele está sob investigação, e na democracia você é inocente até ser condenado - argumentou Valcke, que acertou as questões com o cartola brasileiro.
Discurso confuso

Apesar do discurso de Valcke de defesa da proposta, o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, foi dúbio em relação à concordância do governo com a ideia. Perguntado se o governo aceitava a categoria popular como alternativa aos direitos de meia-entrada, Aldo não deixou clara a posição e usou o tom de dois meses atrás: o governo defende o projeto inicial enviado à Câmara.
Antes aceito pela Fifa, o benefício da meia-entrada para os idosos entrará na cota geral, que poderá incluir qualquer pessoa. Assim, não vai haver parcela especial para os maiores de 65 anos, como diz a lei federal
- O Congresso tem em mãos a proposta do Executivo e tem o papel de discutir, modificar, apreciar opiniões distintas da que o governo enviou, e nós vamos nos entender com o Congresso. A decisão do governo é defender a posição inicial e oficial do projeto enviado à Câmara dos Deputados. Qualquer outra posição surgida a partir do debate da comissão, o governo vai ter que se entender com a comissão (especial, criada para analisar a Lei Geral).
O problema é que o projeto enviado pelo governo diz apenas que os preços dos ingressos serão definidos pela Fifa. Ou seja, caso a entidade efetivamente realize a "categoria 4", estaria coberta pela lei. Por outro lado, não há vedação específica no texto à aplicação da meia-entrada, o que permitiria contestação judicial caso a Fifa não aplique a regra.
Mesmo assim, o ministro reforçou apenas a ideia apresentada por ele de que seja criada uma cota de ingressos para a população indígena. Não disse, entretanto, quem seria o responsável pelo subsídio a estas entradas. Ele alegou ainda que as divergências que surgirem serão negociadas posteriormente.
- Não vejo nenhum problema incontornável. Evidente que haverá diferenças, mas nós temos a tarefa de procurar contorná-las, respeitando os interesses da Fifa e respeitando os limites dos interesses nacionais e do interesse público.

NOMES: LEANDRO, LUIZ FELIPE , RODRIGO COSTA , JUAN FILIPE , LUAN DA SILVA
T: 2003

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