sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Estilo...qual é o seu?

Já se foi o tempo do roqueiro que só se vestia de preto e do gótico que não ouvia reggae. As tribos urbanas ainda estão aí, mas os jovens transitam sem problemas entre elas. "É como se surfassem umas nas outras", diz a psicóloga e pesquisadora de moda Cristiane Mesquita. "Eles se apropriam de elementos estéticos de algumas tribos, mas são raros os que seguem seus códigos a fundo." Uma tribo urbana é uma espécie de pacote de gosto musical, ídolos, roupas e acessórios. É uma forma de
sinalizar aos outros o que se é – ou não é nada disso. Pode ser simplesmente a expressão sem compromisso da preferência momentânea por uma moda ou por um artista pop. Quando saem para a balada, muitos jovens se vestem de acordo com a ocasião. A roqueira que usa roupa de couro durante seis dias da semana pode renascer clubber para uma festa a caráter no sábado.


Ser diferente é ser normal!

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Os movimentos de cultura de moda, que envolvem o vestuário dos adolescentes nas cidades contemporâneas, têm sido identificados como movimentos que se reconhecem como Tribos Urbanas. Para compreender melhor a extensão da

expressão que nomeia tais movimentos, construí um suporte teórico, que derivou da leitura de três pensadores do século XX e, partindo daí, acabei delegando a tal conceito a condição de serem as tribos comunidades de sobrevivência afetiva nas culturas urbanas das grandes cidades contemporâneas. Os autores e as obras são as do francês Michel Maffesoli, O Tempo das Tribos e também A Contemplação do Mundo, a do norte-americano David Riesman, A Multidão Solitária, e as do alemão Norbet

Elias, A Sociedade dos Indivíduos e O Processo Civilizador. É importante compreender as tribos como “comunidades de sobrevivência afetiva” (Elias-1996) dentro da vida urbana. Cada uma destas tribos se estetiza através de seu vestuário e se organiza em torno de um líder espiritual distante, um ídolo musical ou esportivo que, reúne projetos momentâneos e anseios de curto prazo dos membros da tribo. Para que tal fato ocorra, eles prescindem das relações familiares e raramente projetam em seus pares qualquer expectativa de projeto profissional ou garantia de sobrevivência material. Norbet Elias, em A Sociedade dos Indivíduos, considera que as Tribos Urbanas são grupos de
iguais que se organizam em comunidades para garantir sua sobrevivência afetiva durante a passagem para a vida adulta, dentro das sociedades contemporâneas urbanizadas, em que o elevado valor da sobrevivência, na convivência dos indivíduos, marca o rumo da estrutura do homem singular na história da humanidade.



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Outro exemplo de tribo urbana – os Punks.

Este sintoma é vital e, segundo o autor, a evolução das relações do indivíduo com o grupo social transforma sua estrutura de personalidade e suas relações com os demais, pois cada indivíduo, sendo diferente de todos os outros membros do grupo, apresenta um caráter específico, que partilha com os outros membros da sociedade. Tal partilha, quando se estabelece na vida da cidade, está sendo reconhecida como o fenômeno das Tribos Urbanas, em que o vestuário tem servido de elemento definidor de individualidades, que buscam seus iguais; isto porque, para Elias, uma das particularidades estruturais destas sociedades é a freqüência das relações não permanentes ou potencialmente alteráveis, que delegam aos parceiros a tarefa de a modelar, onde as comunidades de sobrevivência têm a função de proteger o indivíduo e garantir sua segurança física e social em caso de conflito entre os “bandos”. Elias afirma que (1996:142) A forma em grupo, as formas particulares de comunicação e a cooperação que se
desenvolveram na história da humanidade constituíram a forma básica para o êxito na luta pela sobrevivência dos seres que eram mais fracos na musculatura e na velocidade que a fera a ser caçada, sendo que o sintoma da estrutura orgânica do indivíduo que aponta para a inserção que a liga ao grupo, é a disposição biológica de todas as crianças para aprender o tipo de comunicação que a liga ao grupo e não à espécie. O sentimento de grupo se desenvolve sempre na experiência de ameaça de extinção de um grupo por outro, sendo este o motivo que torna fundamental o reconhecimento dos sentimentos de sobrevivência para qualquer estudo de comportamento grupal.



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A tribo dos Góticos – paixão pelo mundo das trevas.”


Para Elias (1996), a mudança das relações sociais não modificou a necessidade de contato e relação afetiva entre os indivíduos, já que a carga afetiva das relações é o fator determinante da mudança nas relações sociais, e visto que as Tribos Urbanas agem como comunidades de sobrevivência auto-reguladoras e protetoras afetivas e, mesmo quando carregam grande dose de rebeldia, elas são o próprio impulso para a evolução social. Para Mefessoli (1995), existem momentos da trajetória da humanidade nos quais se vive um social racionalizado, em que a história propõe um fim a ser realizado e existem outros, em que este social é substituído por uma socialidade com dominante empática, comandada pelo perder-se em um sujeito coletivo:“o estar junto à toa”. A socialidade com dominante empática se exprime numa sucessão de ambiências, de sentimentos e de emoções. Condição que Maffesoli chama de Neotribalismo, pois para ele (1987:16): Inúmeros exemplos da nossa vida cotidiana podem ilustrar a ambiência emocional que emana do desenvolvimento tribal,…podemos notar que ess
es exemplos já não espantam mais, já fazem parte da paisagem urbana. As diversas aparências “punk”,”kiki”,”paninari” que exprimem muito bem a uniformidade e a conformidade dos grupos, são como outras tantas pontuações do espetáculo permanente que as megalópoles contemporâneas oferecem. As reflexões de Maffesoli estão voltadas para a multiplicidade do eu e a ambiência comunitária que essa multiplicidade produz, chamada pelo autor de paradigma estético, no sentido que permite vivenciar e sentir, em comum, através do corpo que se “pavoneia” e que se manifesta através da idéia de persona, de máscara, que pode ser mutável e que se integra numa variedade de cenas e de situações, que só valem porque são representadas em conjunto. A persona só existe na relação com o outro, em que a ênfase incide mais sobre o que une do que sobre o que separa. A ênfase está mais no mito de que se participa do que na história que se constrói. E este autor lembra que (1996:163) A manifestação privilegiada da estética: de experimentar junto emoções, participar do mesmo ambiente, comungar dos mesmos valores, perder-se, enfim, numa teatralidade geral, permitindo, assim, a todos esses elementos, que fazem a superfície das coisas e das pessoas, fazer sentido. Solidamente sustentado no conceito de comunidade emocional de Max Weber e no estudo da natureza dos sentimentos, proposto por Durkheim, o autor fala da elaboração das crenças comuns e da procura de companhia daqueles que pensam e sentem como nós.



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” Os surfistas também constituem outra tribo.”

Para Maffesoli, esta é a matriz a partir do qual se cristalizam todas as representações em que a elaboração e a divulgação das opiniões devem muito ao mecanismo de contágio do sentimento, ou das emoções vividas em comum, projetadas em figuras míticas que permitem manifestar uma estética que serve de receptáculo à expressão do nós, com a emergência de um forte sentimento coletivo. Esta socialidade tem assegurado uma forma de solidariedade e de continuidade através das histórias humanas. Maffesoli chama este fenômeno de Comunidade de Destino. David Riesman, (1995) sociólogo norte- americano, pioneiro nos estudos da condição do jovem adolescente nas sociedades do século XX, já na década de 1960, apontava para a existência deste tipo de socialidade no mundo contemporâneo e classifica os grupos que convivem desta forma como grupos de iguais. E é assim que pensamos poder ser possível abordar as modas das tribos urbanas como a moda dos grupos de iguais, ou seja, moda de iguais tribalizados. Iguais por que pensam e sentem uns como os outros, dentro de uma ambiência que os torna solidários.


O samba é uma dança animada com um ritmo forte e característico. Na época de carnaval no Rio de Janeiro que colocou o samba no mapa ocidental, os baianos das plantações de açúcar viajavam das aldeias até o Rio para as festas anuais. Gradualmente a batida sutil e a nuança interpretativa do samba levavam-nos rua acima dançando nos cafés e eventualmente até nos salões de baile, tornou-se a alma dança do Brasil. Originalmente a dança teve movimentos de mão muito característico, derivados de sua função ritualista, quando eram segurados pequenos recipientes de ervas aromáticas em cada uma das mãos e eram aproximadas do nariz do dançarino cuja fragrância excitava. Havia muito trabalho de solo e antes de se tornar uma dança de salão, teve passos incorporados do maxixe. Os grandes dançarinos americanos, Irene e Castelo de Vernou, usaram o samba nas suas rotinas profissionais, e assim começou a se espalhar. Mas provavelmente foi Carmem Miranda, a brasileira mais conhecida de todos, que com tremenda vitalidade e perícia de atriz, colocou o samba como o mais excitante e contagiante do mundo. No Brasil o desfile das escolas de samba, cresceu e o País desenvolveu seu próprio ballet artístico com ritmo de samba e movimentos básicos.



Nomes: Carolini Costa
Helidiane Azeredo

2 comentários:

  1. Gosto de todos mais me identifico com o estilo EMO.
    O pagode até que é bem legal também!

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  2. aquilo ali não é emo aqui nem na china .-.

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